sexta-feira, 18 de abril de 2008

Luís Filipe Menezes atacou críticos

A honra e a dignidade não me permitem mais cedências a este permanente clima de conspiração interna. Para mim, chega. Basta!". Luís Filipe Menezes demitiu-se ontem à noite da presidência do PSD. O líder dos sociais-democratas convocou eleições directas antecipadas para o dia 24 do próximo mês e disse que não se vai candidatar.

"Não estou na corrida", sublinhou. A declaração foi feita em conferência de imprensa na sede do PSD em Lisboa, pouco passava das 21.30 horas. À meia-noite, numa iniciativa partidária em Sintra, Menezes fez saber que continuará no terreno, cumprindo o mandato até ao fim, o que coincidirá com acções de campanha de futuros candidatos. A junção deste facto com o curto espaço de tempo dado por Menezes até às próximas directas levou muitos comentadores a admitir uma recandidatura de Menezes.

O senhor que se segue

Marcelo Rebelo de Sousa, Manuela Ferreira Leite, Rui Rio oume smo Santana Lopes (que está agora mais perto das bases)? Estes são alguns dos nomes mais fortes para a sucessão. Outros há que poderão avançar (ver texto ao lado). Mas o primeiro será Pedro Passos Coelho. O JN sabe que o dirigente social democrata vai anunciar hoje a sua disponibilidade - a declaração política está marcada para o fim da manhã. Outro forte candidato a candidato é Aguiar Branco, o homem que fez espoletar esta nova etapa em entrevista à revista "Visão". A sua posição deverá clarificar-se durante o dia de hoje.

O inesperado anúncio de Menezes colheu todos os sectores de surpresa - inclusive o próprio Ângelo Correia "Não faz sentido falar em eleições", dissera durante o dia o presidente da Mesa do Congresso, repetindo-o à noite na SIC Notícias, antes ainda de Menezes anunciar a desistência.

O gesto de Menezes é entendido como audaz e, até, provocatório com um prazo tão curto para eleições directas - estamos a pouco mais de um mês do acto de 24 de Maio -, força os cavaquistas a virem a jogo. Menezes, de resto, é o primeiro a assumi-lo: "Que avancem. É chegada a hora de ver os críticos avançar. Que tenham coragem em nome do PSD". O líder demissionário falava directamente para aqueles que, "durante seis meses, sem tréguas", o criticaram de forma "violenta", "cobarde", "insultuosa", com "críticas quase sempre injustas", responsabilizando-os de "destruir, desfocar, rebaixar" a sua liderança.

"Reconheço que não consegui vencer estas contrariedades e assumo a inteira responsabilidade. Para mim, chega", sublinhou. Menezes, como anunciou, regressa a tempo inteiro a Gaia, onde é presidente na Câmara Municipal há dez anos.

À espera das bases?

Apesar de ter dito taxativamente "não estou nessa corrida, acrescentou, em Sintra, que vai continuar no terreno e no combate político e que o seu projecto foi interrompido por quem "só pensa nos seus privilégios". Menezes lembrou que o poder está nas bases do PSD e não acredita que se regresse ao tempo "em que meia dúzia escolhia por todos", numa alusão às directas que Menezes introduziu no partido.

Os círculos mais próximos do ainda líder parecem sugerir que, a haver um sinal das bases, a recandidatura pode ser uma realidade. Ângelo Correia deu o primeiro sinal disso mesmo "Vai haver manifestações dentro do partido a pedir para [Menezes] se recandidatar", disse em directo na SIC Notícias.

Nesse caso, o dirigente social--democrata, que se define como lealista, diz que voltará a apoiar Menezes. Por outro lado, Marco António, vice-presidente da Câmara de Gaia e autêntico braço- -direito do líder "laranja", dissera na RTP1, minutos depois do anúncio da saída, ter recebido "dezenas de chamadas das bases " a pedir que Menezes reconsidere. Reconsiderará? ´

in JN http://jn.sapo.pt/2008/04/18/primeiro_plano/para_che_ga.html

Um comentário:

Anônimo disse...

Nunca critiquei o lider do partido pois acho negativo, critica-se nas campanhas eleitorais. Ganhou temos que apoiar.
Acontece que com esta situação mais uma vez abriu-se o Circo e agora vamos ver quem ganha.
De todos os nomes lançado dois deles são muito fracos, não são grandes referencias ( Aguiar e Passos Coelho). Rui Rio não acredito que vá sacrificar o seu futuro politico ao entrar neste momento, Marcello tem a vantagem de estar bem com o povo mas não tem perfil para primeiro ministro ( na minha óptica ) e por fim a Dama de Ferro. Considero que a unica pessoa neste momento com capacidade de se aproximar ao ideal do lider perfeito era a nossa ex-ministra e explico porquê. Demonstrou competencia, tem perfil de autoritária ( o nosso pais precisa, assim como o partido), tem provas dadas de seriedade e no meio de todos os descritos considero tem consenso, pois não tem muitos inimigos. Assim espero e desejo que a Drª avance.

Cumps

Paulo Santos