terça-feira, 12 de agosto de 2008

OS CIGANOS E A POBREZA 'PLAYSTATION'

Anda por aí um pingue-pongue na imprensa por causa dos ciganos. Tudo começou com os conflitos na Quinta da Fonte, e aquilo que se veio a descobrir depois: que a maior parte das famílias ciganas ali alojadas tinha rendas de casa abaixo dos cinco euros por mês e que, mesmo assim, não as pagava. Mais do que isso: não se compreendia como é que pessoas incapazes de cumprir com as suas responsabilidades mais básicas se queixavam depois de terem sido assaltadas por gente que lhes levara... o DVD, o plasma e a Playstation das crianças. Foi esta pobreza Playstation, chamemos-lhe assim, mais a percentagem absurda de ciganos que recebe o rendimento de reinserção social, que deu origem a vários textos indignados sobre a forma como a comunidade se coloca à sombra de um Estado que tudo dá e nada recebe em troca. Ou, como resumiu Miguel Sousa Tavares, os ciganos "não podem ser cidadãos para os direitos e marginais para os deveres".Claro que textos a criticarem etnias dão imediatamente origem a textos a defender etnias. Rui Tavares despachou a coisa com um "preconceito anticigano" que se "agarra a tudo e pode fugir ao controlo", dando como exemplo a absurda discriminação que está a ocorrer em Itália, e sugerindo, entre a ironia e a demagogia, que ainda se vai descobrir que foram os ciganos "que raptaram Maddie" ou que "estão por detrás do escândalo Casa Pia". Eu percebo o ponto de Rui Tavares, e sei os perigos que acarreta iniciar nesta terra qualquer conversa sobre "os ciganos". Ninguém duvida que se trata da comunidade mais impopular (para utilizar uma palavra simpática) de Portugal, e que o discurso sobre a subsidiodependência dos ciganos tende a curvar rapidamente na direcção do mais reles racismo. A questão é esta: será que, para fugirmos a esse tipo de acusações, estamos condenados a silenciar aquilo que são problemas evidentes de uma comunidade e um comportamento imoral de parte significativa dos seus membros?Não vale a pena fingir que as comunidades são todas iguais: há uma longa história de resistência à integração por parte dos ciganos, que em última análise é a causa dos problemas actuais. Sem dúvida que foi essa resistência que lhes permitiu chegarem até hoje com uma cultura própria, a muitos títulos admirável - só que nos bairros sociais é difícil encontrar gente interessada nas maravilhas da sociologia e da antropologia. Para um lado ou para o outro, convém sobretudo não sermos ingénuos. Se os ciganos estão a habitar casas com rendas de cinco euros não é porque as câmaras sejam dadas à caridade, mas porque é esse o preço que estão dispostas a pagar pela sua sedentarização. E, se os ciganos não pagam essas rendas, é porque sabem que as câmaras engolem o atrevimento, desde que eles fiquem quietinhos a um canto. Quando não ficam quietinhos... bom, quando não ficam quietinhos, esta frágil rede de hipocrisias estala - e aí, o "problema cigano" reaparece.

Fonte: DN

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

FREE TIBET

Por um Tibete livre, este ano não vou acompanhar os Jogos Olímpicos realizados em Pequim.

Pela autonomia do Povo Tibetano, boicota os J.O.!

A minha consciência diz-me que esta é a atitude correcta.

COMBUSTÍVEIS BAIXAM MAIS DEVAGAR EM PORTUGAL

"O preço dos combustíveis está a baixar mais devagar em Portugal do que na maioria dos países da União Europeia a 15. "

O bolso dos portugueses é sempre dos últimos a sofrer melhorias....

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Tribunal proíbe gang de ir à praia


Oeiras - Apanhados em flagrante na estação de Carcavelos.


Desde o início do Verão que a PSP andava de olho no grupo. Nos últimos dois meses foram identificados por diversas vezes nas praias da Torre e de Santo Amaro de Oeiras devido a desacatos, assaltos e posse de armas brancas. Oito elementos do gang foram detidos no domingo, na estação de Carcavelos, depois de terem assaltado e agredido quatro pessoas. Presentes ao Tribunal Judicial de Oeiras, saíram com a obrigação de se apresentar duas vezes por semana na esquadra da área de residência e proibição de frequentar as praias da zona.

Os oito elementos do grupo – seis com idades entre os 16 e os 18 anos e dois menores de 15 que foram identificados – são, de acordo com fonte da PSP, residentes no Bairro da Quinta da Fonte (Loures), São Domingos de Rana, Lisboa, Camarate e Algés.
Na tarde de domingo foram apanhados em flagrante na posse de objectos roubados com violência no túnel de acesso à praia da Torre. Tinham consigo dois telemóveis, um brinco e um anel de ouro, um chapéu, uma bolsa a tiracolo e dinheiro que valeriam cerca de 450 euros.
Segundo o Comando Metropolitano da PSP, o alerta foi dado cerca das 19h00 por uma das vítimas que se dirigiu a um elemento policial que controlava o trânsito na Avenida Marginal. De imediato foram chamados reforços que localizaram o gang já na estação de Carcavelos.

Os oito detidos são conhecidos nas praias da Linha de Cascais, que frequentam todos os fins-de-semana, pela confusão que provocam. Álcool e drogas são, normalmente, o combustível para os desacatos, que já chegaram a envolver agentes da PSP de Oeiras. Foi, aliás, desde o dia 21 de Junho – quando elementos policiais foram agredidos com garrafas de vidro na praia de Santo Amaro – que o Comando Metropolitano reforçou o dispositivo presente nas imediações das praias da Linha.