A entrevista de Louça ao Diário de Noticias é um resumo perfeito das tensões actuais no Bloco de Esquerda. De um lado temos os que estão dispostos a correr o risco de exercerem o poder, do outro os que acham que o partido perderá o sentido se atingir o poder.
Louçã é o retrato do segundo grupo. Louça prefere o conforto da oposição. Arriscar ser contestado, tomar medidas impopulares, ser acusado de revisionista, largar os livros e fazer, não é para o líder do BE. O que é bom é ser um partido de causas. Gerir orçamentos? Despedir funcionários? Escolher onde se abre uma escola ou fecha outra? Tentar, mas mesmo tentar, fazer o que se julga ser o melhor para a comunidade não é para o BE de Louça. Que raio de lógica tem ter propostas, projectos, ideias se se prescinde de as tentar pôr em prática. A verdade nua e crua é que Francisco Louça se tornou num diletante da política. A política dos discursos grandiloquentes e das frases feitas. Não lhe peçam para fazer verdadeiramente política. Aquela que mexe com o dia-a-dia das pessoas, a única que importa.
É por essas e por outras que o meu respeito vai todo para os outros, os que querem chegar ao poder. Estão, na minha opinião, completamente errados no que defendem mas estão dispostos a arriscar, a dar a cara por aquilo que acreditam e a tentar por em prática os seus projectos e valores. Só esta posição é legítima. Os partidos, por mais pequenos que sejam, têm que ter um projecto de poder senão não fazem sentido.
via blogue atlântico
by Pedro Marques Lopes on 3/3/08
terça-feira, 4 de março de 2008
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2 comentários:
Quando te considerares um zero à esquerda podes sempre filiar-te no Bloco de Esquerda.
É a mesma coisa, mas sempre ficas com um cartão.
Bem hajam
Boavida Pires
Querem saber quem é outro zero, querem?
É o Vitinho, carago.
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