Caros Companheiras e Companheiros
A poucos dias das Eleições Directas no PSD quero dirigir-me a cada um de vós para chamar a atenção para cinco pontos que considero essenciais na decisão do próximo dia 31 de Maio:
O nosso combate é com José Sócrates até às Legislativas de 2009. E qual dos candidatos estará no Parlamento para o confrontar quinzenalmente sobre as suas políticas? Tenho dito que esta condição não é vital na escolha do próximo líder do PSD mas a verdade é que, em termos práticos, é muito importante estar lá, frente a frente, com o Primeiro-Ministro na sede da Democracia, exercendo em discurso directo a Oposição entre líderes de projectos alternativos.
Na análise comparativa entre os candidatos, todos têm certamente pontos mais fortes e mais fracos. Sem entrar em considerações pessoais, importa avaliar o percurso político e profissional de cada um para melhor aferir sobre as suas capacidades de resposta no futuro. Conheço bem o meu País. Fui Presidente de uma Câmara média e do maior Município de Portugal. Presidi ao Conselho da Região Centro. Fui Deputado europeu e, a nível do Poder Central, durante sete anos exerci a governação em duas pastas com incidência transversal em todo o País: a da Presidência do Conselho de Ministros e a da Cultura. Sei onde os processos param e o que é preciso para os fazer avançar. Tenho obra feita em todo o País. A credibilidade mede-se na coerência entre o que se pensa, o que se diz e o que se faz e a minha obra fala por si.
Candidato-me agora a cargos que já exerci, o de Presidente do PSD e o de Primeiro-Ministro. Não «preciso» de os alcançar. Nestas Directas, não devemos ignorar as fragilidades políticas de cada um. Sei que alguns consideram que é cedo para me candidatar a Primeiro-Ministro. Lembro que, em Junho de 2004, aceitei o poder sem ter possibilidade de o legitimar pelo voto, depois da maior derrota eleitoral de sempre do PSD coligado com o CDS-PP, nas Europeias de 13 de Junho de 2004, disputadas por Durão Barroso e por Paulo Portas. Viviam-se momentos difíceis no PSD e no País. Podia ter continuado o trabalho tão gratificante que estava a fazer na Câmara de Lisboa mas entendi que o meu dever era garantir a continuidade do PSD à frente dos destinos do País. Todos sabemos que, politicamente, não correu bem. Mas todos reconhecem que dominava os dossiers ou não me apontam um erro nas medidas tomadas na governação.
Não volto a aceitar o poder de outras mãos, que não do Povo. Sei que sempre que o exerci com legitimidade directa, nunca tive problemas na prossecução das minhas políticas nem com a disciplina das minhas equipas. No dia 31 votaremos também em propostas diferentes para o País. Há um caminho para Portugal em que acredito e que só eu defendo porque não vi representado por nenhum dos outros candidatos. Também por isso, senti obrigação e motivação para me candidatar. Logo de início, apresentei um Manifesto com as linhas orientadoras da acção governativa para o País, onde destaco a prioridade do crescimento económico aliado a uma política progressiva de harmonização fiscal com Espanha e ao equilíbrio das Contas Públicas. Tenho como causa das causas o combate à desertificação a par da protecção das instituições essenciais e dos mais desfavorecidos. Por isso entendo que, em matérias como a Justiça e a Saúde, o Estado deve reforçar a sua intervenção, ao contrário que defendem outros candidatos que se confessam mais liberais. Sinto-me confortável nos princípios da nossa matriz social-democrata.
Finalmente, considero que sou o candidato que está em melhores condições para confrontar José Sócrates nas Legislativas de 2009. Os Portugueses sabem que perdi as últimas eleições falando sempre a verdade sobre o que faria depois de eleito. Não garanti o que não podia. E lembram-se bem que, na mesma campanha, o actual Primeiro-Ministro tudo prometeu para, depois de eleito, fazer o contrário. Assim foi nos impostos, no emprego, nas pensões, nas taxas moderadoras e nas SCUT, para dar alguns exemplos. Em 2009, não poderá fazer o mesmo à minha frente porque lá estarei para lhe apontar as promessas não cumpridas e porque sou quem tem o mais adequado programa para que, com uma nova ambição nacional, possamos ousar enriquecer Portugal e, em vez de ficarmos para trás, acertarmos o passo ao ritmo de desenvolvimento dos outros parceiros europeus.Saudações democráticas,
Pedro Santana Lopes
terça-feira, 27 de maio de 2008
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