Oeiras: Vereador do PSD admite aceitar pelouros, contrariando orientação dominante do partido
Oeiras, Lisboa, 24 Abril (Lusa) - Um dos quatro vereadores sociais-democratas na Câmara de Oeiras, Pedro Simões, disponibilizou-se quarta-feira para "aceitar pelouros sem qualquer condicionante", uma posição que, segundo a responsável pela vereação do PSD, não representa "minimamente" a postura do partido.
Pedro Simões, Teresa Zambujo, José Eduardo Costa e Rui Soeiro foram eleitos vereadores daquele executivo em Outubro de 2005 (sendo Pedro Simões o único "estreante" nas funções), altura em que as estruturas nacionais e distritais do PSD entendiam que os eleitos não deveriam aceitar pelouros.
Vários foram os momentos, no entanto, em que o presidente da autarquia, Isaltino Morais (independente), deixou em aberto a possibilidade de a oposição aceitar gerir alguns departamentos, o que acabou por acontecer com os dois vereadores do PS.
Quarta-feira, durante uma reunião pública da Câmara, o vereador afirmou fazer "todo o sentido" assumir um lugar para que foi designado e responder a uma "vontade" manifestada "pessoalmente" pelo presidente.
"Venho publicamente responder ao repto por si lançado, manifestando a minha disponibilidade para aceitar pelouros sem qualquer condicionante ou exigência, apenas salvaguardando a minha liberdade de decisão", afirmou Pedro Simões durante a sessão, lembrando que todos os projectos estruturantes do concelho foram aprovados pelo PSD.
"Como pode alguém assumir-se como oposição quando sistematicamente volta e concorda com as linhas principais da estratégia implementada por este executivo? Estratégia esta, aliás, que mais não é que a natural evolução de duas décadas de governação social-democrata", referiu.
Segundo fonte do PSD, o presidente da concelhia de Oeiras, Pedro Paulo, afirma encarar com "toda a naturalidade" a decisão de Pedro Simões, enquanto a número um da vereação social-democrata em Oeiras, Teresa Zambujo, considera que o momento não é o mais oportuno.
"Não foi surpresa, mas nesta fase, a pouco tempo de terminar o mandato, penso que foi tarde demais, mesmo pensando na posição pessoal dele", disse hoje à Lusa a vereadora.
"A leitura que as pessoas fazem não pode ser outra senão a de que o Pedro Simões quer assegurar um posicionamento para o futuro, o que é legítimo. Não sei se está na posição correcta, mas não me compete a mim avaliar", acrescentou.
Apesar de garantir que a decisão não implica qualquer confronto ou "inquietude" entre os vereadores do PSD, Teresa Zambujo lembrou que a postura dos restantes vereadores é a mesma de sempre e que a vereação do PSD se baseia num esquema "três mais um".
"Não se pode concluir que o PSD aceitou pelouros ou teve um posicionamento diferente do que alguma vez teve. Quem está na Câmara a representar o PSD e foi eleito em 2005 não é representado pelo Pedro Simões nem pouco, mais ou menos", defendeu a responsável.
Embora afirmando que decisões como a de Pedro Simões são "sempre preparadas em bastidores", Zambujo admitiu que não tenha sido um caso de "persuasão" de Isaltino Morais, mas antes um "posicionamento pessoal integrado numa estrutura local".
Opinião: Na minha óptica e sendo Eu uma pessoa com princípios, nunca na vida aceitaria um pelouro nesta Câmara. Atendendo que o Presidente da mesma é o principal responsável pela cisão que se verifica dentro do Partido, acho que não é de bom tom aceitar tal cargo. Espero que com esta atitude o Sr. Vereador seja afastado do PSD pois o seu comportamento demonstra uma total falta de respeito pelos eleitores que ao não votarem em Isaltino quiseram demonstrar a revolta pelas atitudes do mesmo. Para mim acho que o Sr. Vereador está a pactuar com a Câmara e com tudo o que o Isaltino significa, o que é inaceitável.
Paulo Santos
quinta-feira, 22 de maio de 2008
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