12.05.2009, José António Cerejo – Público
Sociais-democratas de Oeiras acusam a direcção local de estar com Isaltino e contra o partido. Dirigentes dizem que os seus críticos têm "mau perder"O PSD de Oeiras está a viver uma guerra interna em que o pomo da discórdia se chama Isaltino Morais. Um grupo de 17 militantes divulgou já duas cartas onde acusa a direcção local de ter entregue o partido ao Iomaf - o movimento com o qual o actual presidente da autarquia se candidatou em 2005 e se recandidata este ano."A comissão política do PSD de Oeiras, composta maioritariamente por apoiantes e colaboradores do movimento Isaltino Oeiras Mais à Frente não tem descansado nos seus esforços em prejudicar o PSD nas próximas eleições autárquicas, em benefício do movimento Iomaf", lê-se na primeira daquelas cartas, subscrita em Março por Ana Cid, Hélder Felizberto, Jorge Cunha, Marco Adro e mais 13 membros da secção.
Daí para cá o conflito agudizou-se, tendo os adversários da comissão política presidida por Alexandre Luz divulgado uma segunda carta, na semana passada, em que desafiam a direcção a demarcar-se de Isaltino e a constituir-se assistente no processo em que o autarca está a ser julgado por corrupção.
Confiança política
Partindo das recentes declarações do autarca em tribunal, onde afirmou que os depósitos feitos nas suas contas da Suíça correspondiam a sobras das dádivas recolhidas durante as campanhas eleitorais, os signatários sustentam que a comissão política local "tem a obrigação legal de exigir de quem recebia tanto dinheiro para o PSD, que no mínimo pague aquilo que se deve ao vendedor de sede". A dívida em causa, acrescentam, "é inferior a 25.000 euros", pelo que a comissão política "deveria constituir-se assistente no processo para exigir, pelo menos, esse montante".
Caso isso não aconteça, sublinham, "existe um grupo de militantes que entende que o deverá fazer, assegurando que o partido não ficará defraudado". Na mira dos críticos está fundamentalmente Alexandre Luz, que, sendo presidente da secção de Oeiras, é também, desde o início deste mandato, adjunto do número dois de Isaltino Morais e vice-presidente da câmara, Paulo Vistas. Além deste lugar, o dirigente do PSD assumiu nos últimos meses os cargos de administrador das empresas municipais Oeiras Expo e Oeiras Primus. Trata-se de funções não remuneradas, mas os seus detractores dizem ser lugares da confiança política de Isaltino.
Alexandre Luz contrapõe que os seus adversários agem apenas por terem "mau perder", uma vez que fizeram parte de uma lista candidata à direcção da secção que, em Setembro, obteve apenas 20 por cento dos votos. Acrescenta que as suas funções na câmara são "meramente técnicas" e "profissionais" e recusa estar a trabalhar para a vitória de Isaltino. "Estamos a montar uma candidatura de oposição ao dr. Isaltino e desenganem-se os que pensam que esta comissão política vai apresentar uma candidatura que não seja para ganhar", salientou.
O candidato já aprovado pela secção, mas que ainda não recebeu apoio por parte da distrital ou dos órgãos nacionais, é Pedro Simões, o único dos quatro vereadores do PSD no actual executivo que aceitou os pelouros oferecidos por Isaltino no ano passado. Os críticos da direcção local frisam que a secção de Algés também não apoia Pedro Simões e esperam que a direcção nacional vete o seu nome.
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